As Grandes Mulheres da História: Brincos Enedina Alves.

As Grandes Mulheres da História: Brincos Enedina Alves.

Brincos Enedina Alves

Olá leitoras queridas do nosso Blog Delicata!

Hoje é dia de mais uma das nossas postagens sobre as Grandes Mulheres da História e a escolhida de hoje é tão especial, tem tanto pioneirismo, tanta representatividade, tanta “lacração” – por falta de palavra melhor – que eu nem sei por onde começar a falar dela. Acompanhem neste texto um pouquinho dessa história brilhante e ao final, conheça a semi joia escolhida para representar essa mulher incrível chamada:

Enedina Alves Marques

Enedina Alves
Fonte: Bem Paraná

Enedina nasceu em 13 de janeiro de 1913. Filha de Paulo Marques e Vírgilia Alves Marques, casal de negros provenientes do êxodo rural após a abolição da escravatura em 1888 em busca de melhores condições de vida. Sua mãe, mais conhecida como Dona Duca, ganhava a vida como lavadeira e passou boa parte da vida trabalhando na casa do delegado e major Domingos Nascimento Sobrinho. Ainda criança, Enedina ajudava a mãe nas tarefas domésticas da casa e em troca o major custeou os estudos da garota em escolas particulares para que sua filha da mesma idade que ela, tivesse companhia. Ao se formar no chamado Curso Normal da época em 1935, Enedina passou a dar aulas no interior do Paraná. Enedina foi alfabetizada aos 12 anos e sempre trabalhou como doméstica ou Babá para custear seus estudos quando entrou no Instituto de Educação do Paraná. Em 1932 ela recebeu seu diploma de professora.

Entre  1935 e 1937 ela voltou a Curitiba para fazer um curso intermediário que era exigido para o magistério, morando na casa de um construtor chamado Mathias e sua esposa Iracema Caron, no bairro do Juvevê, onde passou a dar aulas na Escola de Linha de Tiro. A família, juntamente com o amigo Jota, passam a ser os novos beneficiários de Enedina, que mesmo sem ser empregada da casa, passa a pagar os préstimos com serviços domésticos. Neste mesmo período ela alugou uma casa na frente do Colégio Nossa Senhora Menina e montou classes de alfabetização. Em 1938 ela fez um curso complementar em pré Engenharia no período noturno, pois carregava consigo o sonho de ser uma engenheira civil.

A Carreira na Engenharia

Foi em 1940 que a vida de Enedina começou a mudar. Ela entrou para a Faculdade de Engenharia da Universidade do Paraná. Em 1945 ela se formou aos 32 anos, tornando-se assim a primeira Mulher a se formar Engenheira no estado do Paraná e a primeira Engenheira negra do Brasil! E essa, sem dúvida é uma das maiores marcas tanto em sua vida pessoal quanto na história do nosso país. Uma observação importante: Enedina foi a única mulher de sua turma. Ela enfrentou muitos obstáculos para obter esta conquista, com muita disciplina e inteligência. Naquela época as opções do mercado de trabalho para uma mulher negra e pobre geralmente se limitavam a ser professora ou trabalhar em fábricas com salários bem abaixo dos masculinos.  Além de tudo isso, ela viveu em uma sociedade pós abolição, que não oferecia políticas públicas , muito menos oportunidades educacionais e profissionais com perspectiva de crescimento para a população negra que foi escravizada durante séculos; e mais o fato de ser negra, numa região do país cuja população era, em sua maioria branca de descendência europeia. Em 1946 ela tornou-se auxiliar de engenharia na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas. No ano seguinte o governador da época a transfere para o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica, onde trabalhou no plano hidrelétrico do estado e atuou no aproveitamento das águas do rio Capivari, Cachoeira e Iguaçu, o que, para muitos foi seu maior feito como engenheira.

Ela era uma mulher vaidosa, mas para trabalhar na Usina, usava macacão e chegava a carregar uma arma na cintura, disparando tiros para o alto para impor respeito num ambiente extremamente machista. Entre os anos de 1950 e 1960, depois de ter a carreira estabelecida, ela se dedicou a conhecer o mundo e outras culturas, viajando para outros países. Em 1958, o major Domingos faleceu, deixando-a como uma das beneficiárias em seu testamento.

Reconhecimento e Homenagens

Durante a vida, Enedina conquistou o respeito através da liderança de centenas de operários, técnicos e engenheiros. Hoje é reconhecida como a Pioneira da Engenharia, juntamente com outras 53 mulheres gravadas no Memorial da Mulher, que foi construído em Curitiba na comemoração dos 500 anos do Brasil. Em sua homenagem foi fundado o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques empenhado em lutar contra a invisibilidade racial em diversos setores como ambiente escolar, mercado de trabalho e tantas outras esferas sociais.

Ela não se casou e não teve filhos. Faleceu aos 68 anos, vítima de um ataque cardíaco.

Após sua morte recebeu diversas homenagens, entre elas, uma rua do bairro Cajuru em 1988, foi batizada com seu nome.

Brincos Enedina Alves.

Uma homenagem DELICATA.

Diante desta história tão inspiradora a Delicata escolheu uma peça especial e única como esta mulher para receber seu nome: os Brincos Enedina Alves.

Aproveitando a volta de um clássico, as pérolas que são simples, charmosas e delicadas, mas nem por isso deixam de se destacar em um ambiente, os Brincos Enedina Alves transmitem essa delicadeza e ao mesmo tempo um charme e uma força que somente uma mulher incrível pode demonstrar, com simplicidade, porém de maneira marcante e inesquecível.

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