As Grandes Mulheres da História: Brincos Bertha Lutz

As Grandes Mulheres da História: Brincos Bertha Lutz

Olá queridas leitoras do Blog Delicata!

Como foram de Natal? Quero desejar um Feliz 2020 para todas vocês, que seja um ano incrível, repleto de realizações para todas nós!

Falando em realizações, vamos continuar com nossas postagens sobre as Grandes Mulheres da História, onde homenageamos mulheres incríveis como nós, que marcaram seu nome de alguma forma na história do mundo.

A primeira escolhida deste novo ano é uma brasileira cientista, líder feminista, que conquistou seu espaço na redoma machista da política e mudou muita coisa em sua época. Convido vocês a virem com a gente conhecer a história desta mulher incrível.

Bertha Lutz

QUEM FOI BERTHA LUTZ?

No dia 2 de agosto de 1894, em São Paulo, nascia Bertha Maria Júlia Lutz. Filha do cientista e pioneiro da medicina tropical Adolfo Lutz e da enfermeira inglesa Amy Fowler. Estudou em Paris, onde se formou em ciências naturais, se tornando especialista em anfíbios anuros. Foi a principal autora da publicação Lutz’s Rapids Frog. Em 2017 seu sobrenome foi utilizado como homenagem na nomeação de uma espécie de perereca Aplastodiscus lutzorum. Bertha nunca se casou e não teve filhos.

FORMAÇÃO E CARREIRA

Já formada, ao retornar para o Brasil em 1918, foi trabalhar como tradutora no Instituto Oswaldo Cruz – onde seu pai trabalhava – no setor de Zoologia. No ano seguinte foi aprovada em concurso público e passou a ser Secretária do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Isso fez com que ela se tornasse a segunda mulher a integrar o serviço público no país. Mais tarde foi promovida a chefe do departamento de Botânica do Museu e assim permaneceu até se aposentar em 1964.

Em 1933 se formou em Direito pela então Faculdade do Rio de Janeiro (que depois foi incorporada a Universidade Federal do estado – UFRJ). Defendeu a tese “A Nacionalidade da Mulher Casada perante o Direito Internacional Privado” onde abordava a questão da perda de nacionalidade por parte da mulher quando se casava com um estrangeiro.

Também foi integrante do Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas do Brasil – de 1939 a 1951 – e do Conselho Floresta Federal em 1956.

Em agosto de 1965, recebeu o título de professora emérita da UFRJ.

VIDA POLÍTICA E LUTA PELOS DIREITOS DAS MULHERES

Em sua época de estudos na Europa, Bertha tomou conhecimento do movimento sufragista britânico. Assim começou seu interesse pelos direitos das mulheres. Já de volta ao Brasil, em 1919 se destaca na busca da igualdade de direitos jurídicos entre os sexos. Já em 1922, se torna representante das brasileiras na Liga das Mulheres Eleitoras no Estados Unidos e como senão bastasse isso, foi também eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana. Na volta desta viagem ela criou então a Federação Brasileira para o Progresso Feminino, com o objetivo de lutar pelo direito de voto às mulheres. Direito esse que foi estabelecido apenas dez anos depois, em 1932, por decreto-lei do então presidente Getúlio Vargas. Seguindo os passos de Leolinda Daltro, fundadora da primeira escola de enfermeiras do Brasil, Bertha organizou o primeiro congresso feminista do país e discutiu na Organização Internacional do Trabalho problemas que diziam respeito à proteção do trabalho das mulheres. Também foi fundadora da Liga Eleitoral Independente, da União Profissional Feminina e União das Funcionárias Públicas.

Em 1933 na Liga Eleitoral Independente ela foi candidata a uma vaga na Assembleia Nacional Constituinte de 1934, pelo Partido Autonomista do Distrito Federal, mas não conseguiu se eleger. Porém se tornou suplente no ano seguinte e em 1936 conquistou uma cadeira na Câmara Federal com Deputada onde lutou por mudanças na legislação principalmente no que se referia ao trabalho das mulheres e menores de idade. Suas propostas incluíram igualdade salarial, licença de três meses para as gestantes e redução da jornada de trabalho que na época era de 13 horas.

Mesmo não sendo diplomata, devido sua atuação e destaque no cenário político no que se referia aos direitos das mulheres, Bertha foi convidada a chefiar a delegação brasileira na Conferência de São Francisco onde foi redigida a Carta das Nações Unidas. Ela foi a única mulher da delegação brasileira e uma das únicas quatro em toda a conferência. Nesta ocasião Bertha defendeu a igualdade entre homens e mulheres, o que foi consagrado no artigo 8 da Carta.

Por toda essa visibilidade adquirida após a participação na Conferência de São Francisco, Bertha foi convidada em 1975 – o Ano Internacional da Mulher estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) – a integrar a delegação brasileira no primeiro Congresso Internacional da Mulher, realizado na Cidade do México.

HOMENAGEM

Em 2001 o Senado Federal instituiu o Diploma Bertha Lutz, também conhecido como Prêmio Bertha Lutz. O mesmo tem como objetivo homenagear mulheres que lutam e defendam direitos das mulheres e questões de gênero no Brasil. Nome mais do que perfeito para um prêmio como esse, não? Todo ano em consequência das comemorações do Dia Internacional da Mulher, é convocada uma sessão especialmente para indicar e selecionar as 5 homenageadas do ano. Olhem só algumas das mulheres que já receberam este prêmio: Luiza Erundina – primeira prefeita da cidade de São Paulo, Zilda Arns – Fundadora da Pastoral da Criança; Elisa Lucinda – fundadora da instituição educativa Casa Poema; Leci Brandão – defensora da Igualdade racial; Dilma Rousseff – primeira presidente do Brasil; Benedita da Silva – primeira senadora negra do Brasil; e Marielle Franco – vereadora feminista e defensora dos direitos humanos.

Fontes: Wikipédia; Só História; Senado Notícias, Ministério das Relações Exteriores, Aventuras na História

BRINCOS BERTHA LUTZ

A jóia escolhida aqui na nossa coleção para homenagear esta mulher incrível, guerreira, pioneira na política e defensora dos nossos direitos numa época onde uma mulher mal podia falar, quanto mais votar ou ser eleita, são estes lindos Brincos Bertha Lutz!

Assim como Bertha, estes brincos se destacam, são únicos, possuem uma forma delicada e um brilho todo especial. Perfeito para usar naquela ocasião onde você quer ser vista, se destacar da multidão, assim como nossa homenageada fez.

4 Replies to “As Grandes Mulheres da História: Brincos Bertha Lutz”

  1. Perfeito! Que matéria! Que discurso!
    Parabéns é o mínimo que lhe desejo frente a este banquete de conhecimento. Mas, não só isso…. você Juliana Grilli de fato valoriza essas grandes mulheres com seu jeito e estilo em descreve-las.
    Seguidor perpétuo.

    1. Obrigada S. João! Bom saber que os textos estão indo além do que a gente imagina! Me sinto muito orgulhosa de fazer parte aqui do Delicata, pois estou conhecendo histórias de mulheres incríveis e podendo – como você mesmo disse – valorizá-las de modo que mais pessoas possam conhecê-las e se isnpirar nelas!
      Obrigada pelas palavras e por sua presença constante por aqui.
      Volte sempre!

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