As Grandes Mulheres da História: Brincos Helen Keller.

As Grandes Mulheres da História: Brincos Helen Keller.

Em mais um post da série As Grandes Mulheres da História, nós da Delicata trazemos hoje uma das semi-joias do nosso catálogo que eu, particularmente, considero uma das mais lindas: o BRINCO HELEN KELLER. E, como o nome da peça já denuncia, sim, ela foi inspirada na escritora, conferencista e ativista social norte-americana Helen Keller. Você já a conhece? Se não, se ajeita aí numa posição confortável e continua a leitura para descobrir por que ela é a nossa musa inspiradora de hoje, e por que ela entrou para a nossa lista das grandes mulheres da história. Vamos lá?!

Quem foi Helen Keller?

Fonte: Ruiz Healy Times

Nascida na cidade de Tuscumbia, no estado do Alabama (EUA), no dia 27 de junho de 1880, Helen Adams Keller foi a primogênita de Arthur H. Keller (capitão do Exército dos Estados Confederados da América) e Katherine Adams Keller. Uma criança precoce, começou a falar aos seis meses de idade. Aos dois aos, porém, em 1882, Helen contraiu uma doença que na época denominavam febre cerebral (atualmente suspeita-se que provavelmente tenha sido escarlatina ou meningite). Quando os sintomas da doença cederam e pequena Helen mostrou-se recuperada, constataram que ela havia pedido a visão e a audição – isso antes de completar os dois anos de idade.

Tal acontecimento repercutiu de variadas formas tanto na vida da própria Helen, quanto na de seus pais e familiares. Uma curiosidade sobre a infância da jovem Keller é que com a ajuda de Martha Washington (filha do cozinheiro de sua família), ela aos 7 anos já dominava um vocabulário com mais de 60 sinais e dessa forma passara a se comunicar com os outros.

Apesar desta habilidade, Helen Keller não era uma criança fácil de se lidar. Irritadiça e às vezes descontrolada, era fonte constante de preocupação para os seus pais que buscavam de todas as formas uma maneira de melhor socializá-la, educá-la. Foi quando, por indicação de Graham Bell, seus pais a levaram ao Instituto Perkins para Cegos, em Boston, Massachusetts. Lá eles conversaram demoradamente com o diretor da instituição, o senhor Michael Anaganos, que indicou Anne Sullivan para ser professora e acompanhante da pequena Helen Keller.

As frustrações, o aprendizado e as conquistas de Helen Keller.

Foi ao lado de Anne Sullivan que Helen desabrochou. Mas, até que isso acontecesse, houve todo um processo de aprendizado que exigiu de ambas altas doses de paciência e compreensão.

Ela começou ensinando ortografia a Helen, com a palavra “boneca”, para ajudar Keller compreender o presente de uma boneca que ela havia trazido. Outras palavras viriam a seguir. De início, Keller se mostrou curiosa, mas logo depois passou a se recusar a cooperar com a instrução de Sullivan. Quando Keller passou a cooperar, Sullivan poderia dizer que ela não estava fazendo a conexão entre os objetos e as letras escritas, assim a professora continuou o trabalho de ortografia. (…) Em uma luta dramática, Sullivan ensinou Keller a palavra “água”, ela ajudou a fazer a conexão entre o objeto e as letras, levando Keller para a bomba de água, e colocando a mão de sua aluna sob o bico. Enquanto Sullivan moveu a alavanca para liberar água fria sobre mão de Helen, ela soletrou a palavra água com o dedo na outra mão de Helen. A aluna entendeu  e repetiu a palavra na mão de sua instrutora. Ela, então, bateu no chão, exigindo saber o seu “nome da letra”. Sullivan seguiu, soletrando a palavra em sua mão. Keller saiu a procura de outros objetos com a instrutora a reboque. Ao cair da noite, ela tinha aprendido 30 palavras. (Fonte: Museu do Aparelho Auditivo)

Anne Sullivan e Helen Keller
Fonte: Springfield Museums

Progredindo cada vez mais no aprendizado das palavras e ainda ao lado de Anne Sullivan, Keller partiu para a educação formal: frequentou uma escola para surdos em Boston e outra em Nova York (levou 25 anos para falar de forma que fosse compreendida pelas outras pessoas); participou da Escola de Cambridge para jovens senhoras, uma escola preparatória para as mulheres; e, com a ajuda de amigos (Mark Twain e Henry H. Rogers) ela conseguiu estudar na faculdade Radcliff.

Findado o curso na faculdade – o que aliás fez dela a primeira pessoa surdocega a conquistar um bacharelado, Helen Keller optou por aprender mais sobre o mundo e descobrir variadas formas de como ajudar a melhorar a qualidade de vida de outras pessoas. Assim começou o seu trabalho de escritora (seu primeiro livro foi o “A História da Minha Vida“), conferencista e ativista social.

Ela se tornou uma celebridade bem conhecida e palestrante, compartilhando suas experiências com o público e trabalhando em nome de outros que vivem com deficiência. Ao longo da primeira metade do século 20, Keller abordou temas sociais e políticos, incluindo o sufrágio feminino, o pacifismo e o controle de natalidade. Ela testemunhou perante o Congresso, defendendo fortemente por melhorias para  o bem-estar das pessoas cegas. Em 1915, junto com o renomado urbanista George Kessler, co-fundou a Helen Keller Internacional para combater as causas e consequências da cegueira e da desnutrição. Em 1920, ela ajudou a fundar a American Civil Liberties Union. (Fonte: Museu do Aparelho Auditivo)

Por tudo o que escrevemos até aqui, bem como pelo vasto número de produções literárias, artísticas e cinematográficas sobre a vida de Helen Keller, podemos perceber o quão extraordinária foi esta mulher. Não por conta da tão aclamada superação que as pessoas tanto enxergam na vida daqueles que nascem com (ou adquirem) alguma deficiência; mas, pelo trabalho desenvolvido em favor do outro; pela coragem de lutar por aquilo em que ela acreditava; pela fortaleza de se impór no meio de uma sociedade machista e capacitista. Enfim, durante toda a sua vida Helen Keller se portou com uma poderosa determinação. Enfrentando as condições difíceis com uma grande dose de persistência e coragem, ela se tornou uma mulher respeitada e de renome mundial, trabalhando até o fim dos seus dias em benefício do próximo.

Brinco Helen Keller.

Brinco Helen Keller

O contraste das pequenas pedrinhas com o brilho vermelho é a marca indelével do Brinco Helen Keller. Inspiradas na delicadeza da menina Keller, suas pedras transmitem a simplicidade da criança que teve de aprender a lidar com as dificuldades da vida com uma deficiência física; ao mesmo tempo em que o vermelho expressa a força, a persistência, a sagacidade, a coragem e mesmo a rebeldia da mulher que hoje conhecemos como Helen Keller.

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